O que fazer quando já não sabemos o que estamos aqui a fazer, e a vontade de partir é cada vez maior?
Crédito: texto de Vitorino de Sousa
O ser humano é livre de partir ou de ficar, assim como foi livre de regressar ao planeta ou ficar onde estava. Quando alguém sente desinteresse pela vida é porque a sua alma está insatisfeita. A personalidade recusa-se a encontrar o caminho para a satisfação das alíneas sagradas do “projeto” para esta encarnação. Gera-se, assim, a sensação de tempo perdido, de desperdício, de incapacidade, de inutilidade. Você, tal como bilhões de outros, veio à Terra para apenas para recuperar a consciência da sua magnitude. Pergunte-se, pois, o que poderá reanimar o seu prazer pela vida. Poderá queixar-se da complexidade e da perversão do mundo em que vive, mas não se esqueça de que um farol foi feito para iluminar a escuridão. Durante o dia, ele não serve para nada; no meio da luz é inútil. Assim, segundo parece, você sente-se um farol apagado no meio da escuridão, à espera que a escuridão se acenda para, finalmente, poder ver alguma coisa! Mas o caminho é exatamente o inverso: se não for você a iluminar a escuridão, ela permanecerá como sempre foi. Você nunca esteve sozinha e jamais estará, porque ninguém pode estar sozinho. Você não pode negar a sua verdadeira natureza; somente não sabe reconhecê-la. Acha-se um mero ser humano terrestre, mas é muitíssimo mais do que isso. Daí a devastadora sensação de solidão. Já lhe ocorreu requisitar a colaboração de Quem está consigo, através de uma co-criação? Já lhe ocorreu declarar ao Universo que está disponível e interessada nesse tipo de colaboração? E, mais importante que tudo, já afirmou que está na disposta a colaborar na sua própria transformação? Tem consciência de que, por ser a parte mais interessada no processo, não pode continuar sentada à espera que os outros façam o trabalho por si? Por isso, tanto se fala de co-criação, ou seja, uma co-laboração, um trabalho a duas partes: você faz a sua parte, os Outros fazem a parte deles. É como estabelecer uma sociedade com Deus. Se o Espírito é o melhor sócio que poderia encontrar, por que não assina o contrato? A outra parte já assinou nos Princípio dos Tempos! Se calhar, a sua solidão decorre exatamente de não querer assinar, ou de não saber que tem de assinar. Se não sabia, ficou a saber. Assinar é uma decisão pessoal. No entanto, é livre de fazer o que melhor entender, seja partir, seja ficar.