20 – Espantem-se mas não tenham medo…

Nota do Eduardo: O texto abaixo apresentado foi disponibilizado em 2010. Hoje, em 2021, o mundo está vivendo um dos piores momentos dos últimos 100 anos, com a pandemia Covid-19. O comportamento indicado no texto e o entendimento da situação atual é muito difícil para qualquer ser humano, seja ele espiritualizado ou não. Os espiritualizados são apenas pessoas que não se declaram parte de nenhum grupo religioso específico, mas possuem sua própria prática religiosa, expressão de tudo aquilo que elas já viram e sentem. Vamos tentar…

Transcrição do que foi comunicado, através de Vitorino de Sousa, no encerramento da palestra “A transformação da consciência humana, inserida na transformação do planeta” no dia 13 de Março de 2010, em Lisboa.

A transcrição do que foi transmitido oralmente recebeu algumas alterações, com o intuito de facilitar a leitura, assim como o seu entendimento e assimilação.

Muito se espantarão nos próximos tempos. Espantem-se, mas não tenham medo. Todas as experiências e acontecimentos mais ou menos impressionantes de que possam vir a tomar conhecimento, fazem parte do processo de metamorfose deste conjunto inseparável a que se dá o nome de Terra/Humanidade. Se um indivíduo pode experimentar desequilíbrios depois de receber uma dose considerável de vibração, ou após profundas mudanças, o mesmo acontece com a Terra. Quantos fizeram meditações de doação de energia para o planeta? Quantos visualizaram as grandes zonas de atrito em paz? Porém, a implementação dessa paz, que tanto desejaram e pelas quais tanto rezaram, não pode ser levada a cabo sem alguma turbulência.

O vosso corpo emocional tem vindo a ser trabalhado fortemente ao longo dos últimos tempos não só para tornar a vida mais aprazível, mais fácil e escorreita, mas também para vos preparar para não reagirem com base nos velhos modelos ao que, eventualmente, possa vir a acontecer. Numa palavra, o vosso corpo emocional tem vindo a ser trabalhado para reagir com serenidade; e a informação que vão recebendo ajudar-vos-á a entender e a assimilar que certos acontecimentos não são catástrofes mas movimentos de ajuste. Não têm de lamentar quem perece nesses acontecimentos, pois, espiritualmente falando, não há vítimas. Tudo o que acontece a qualquer ser humano foi decidido por algum dos seus níveis superiores, já que ele não se limita a ser o que manifesta à superfície deste planeta. Qualquer um pode ser surpreendido por um vendaval, uma inundação, uma onda de calor, etc., mas jamais é vítima das circunstâncias.

Não é fácil assimilar este conceito porque o decisor do momento e da forma da morte não pode ser mostrado nem provado. É necessária, portanto, uma certa flexibilidade e abertura. Na verdade, a maior parte da humanidade está convencida de que tudo acontece como fruto do seu desejo pessoal ou devido a circunstâncias adversas. O ego reserva para si os louros do que acontece de positivo, mas desresponsabiliza-se quando se mete em sarilhos. Fá-lo como se tudo não estivesse concertado, como se tudo não fosse uma coisa só, como se o mínimo acontecimento não fizesse parte de uma trama interdimensional. Sabemos, contudo, como é difícil aceitar este conceito sem pestanejar. Muito trabalho é requerido nesse sentido.

Portanto, espantem-se, mas não se assustem. Isto é fácil de dizer se nenhum dos vossos familiares estiver em causa, se as “desgraças” acontecerem apenas a quem é desconhecido e está longe. Neste caso talvez consigam reagir de uma forma relativamente equilibrada. Mas se algum familiar for atingido pela catástrofe, tudo isto se esboroa e passam a reagir de uma forma que vos desestrutura. É lícito que os laços familiares sejam mais fortes que aqueles que vos ligam a quem vive longe ou desconhecem. Contudo, o que acontecer, seja a quem for, não vos pode desequilibrar de tal forma que o luto seja um sofrimento de anos. É licito fazer o luto, chorar a perda; já não é licito fazer disso um drama interminável. Se tal acontece é porque havia algum tipo de dependência.

Seria bom que equilibrassem os sentimentos em relação ao nascimento e em relação à morte: nem a suprema alegria no nascimento, nem a suprema tristeza na morte, pois são duas mudanças de estado. Alguém que sai de um ponto e se materializa aqui; alguém que se desmaterializa aqui e volta para onde estava. A morte é a coisa mais banal deste mundo e, no entanto, vejam a vossa dificuldade em lidar com esse acontecimento. Ele é o único que têm como certo, mas evitam pô-lo ao mesmo nível dos outros eventos. Isto demonstra bem como a maior parte da população mundial está fora do eixo.

Quem tiver uma noção correta do que vai ser implementado na Terra e reconhecer a perversão do sistema vigente, decerto se considerará um privilegiado por ter a oportunidade de viver esta transição. Esse indivíduo, porém, não pode estar ligado a esse sistema perverso porque, perante o que certamente irá acontecer, acabará por clamar por ajuda psiquiátrica. Ora, não é isso que se pretende. A serenidade tem de ser praticada em todas as circunstâncias, não só quando os ventos sopram de feição. Ser sereno na calmaria é extremamente fácil. Bem mais difícil é manter a serenidade em dias de tempestade. Quer isto dizer que têm de se tornar insensíveis ao que acontece à vossa volta? Não. É o corpo emocional que tem de passar a reagir de maneira diferente, porque a consciência superior sabe em que contextos se inserem esses acontecimentos nefastos. Sem esse conhecimento não pode haver serenidade, nem tranquilidade, nem harmonia e, muito menos, beleza.

A serenidade não é para ser experimentada durante os períodos de

 meditação; é para ser manifestada perante a adversidade.

É durante a adversidade que o “mestre” é posto à prova. Logo, a forma como vocês, espontaneamente, reagirem a ocorrências trágicas poderá servir para avaliaram o quanto estão longe do estado de mestria, aquele que, afinal, tanto desejam. Experimentar esse estado de mestria é algo inevitável num futuro longínquo; entretanto, muita conturbação certamente será experimentada. … Muito obrigado.

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